Paródia e non-sense em “Darandina”, de Guimarães Rosa

O objetivo desse artigo consiste em analisar a paródia no conto “Darandina”, de João Guimarães Rosa, verificando de que maneira esta prática se caracteriza como variedade literária de non-sense (Deleuze). Para atingir os nossos objetivos, utilizamos este conceito e o de paródia (Bakhtin), tentando, dessa forma, compreender o processo de significação do texto. Por ser “Darandina” essencialmente metalinguístico, a nossa análise terá como ponto de partida dois níveis parodísticos básicos, o primeiro ligado à releitura da própria linguagem literária, e o segundo, uma releitura da estrutura do conto tradicional e, mais do que isso, à discussão ontológica da linguagem e do próprio conceito de Verdade apresentado pelo conto. Durante a análise, foi possível constatar que o conto “Darandina” se afirma como um jogo polifônico em que os níveis parodísticos apresentados nos levam, em última análise, à especulação ontológica não apenas da linguagem, mas também do estatuto da Verdade, como atomização de sentidos, o que resulta no non-sense do texto.

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