Neste artigo, analisa-se a função indexical dos afixos superlativos super-, -íssimo, -ésimo e –érrimo. A partir de arquivos coletados das colunas de “esporte” e “alta sociedade” do jornal O povo online, que têm como público alvo, respectivamente, leitores do sexo masculino e feminino, pretende-se identificar traços de uma identidade sexual que se coloca em relevo nas formações ocasionadas por estes afixos. Discute-se também, dentro das relações entre língua, (des)igualdade e formas de hegemonia, as maneiras pelas quais tais afixos se relacionam com os estereótipos sociais, ratificando a ideologia hegemônica do consenso. Para tanto, a fundamentação teórica deste trabalho encontra lugar no arcabouço da Morfopragmática e da Sociolingüística — sobretudo através das teorias de Gonçalves (2001), Preti (1984) e Possenti (1998) —, e da Análise do Discurso — com destaque às teorias de Fairclough (2001), Orlandi (1993) e Van Dijk (2008).