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Aparte

AGÁLIA. REVISTA DE ESTUDOS NA CULTURA

Uma vez finalizado em 2015 o compromisso assumido pola atual direção da Agália, e tal como acordado na Assembleia Geral da Associaçom Galega da Língua (AGAL) celebrada em abril de 2016, será explorada agora a possibilidade de estabelecer um convénio com a USC para que esta universidade galega possa vir a acolher no seu sistema de edição digital em formato aberto a revista da AGAL. Se isto se efetivar, a Agália dará continuidade ao atual projeto científico e editorial sob a direção das professoras Felisa R. Prado (da USC) e Cristina M. Tejero (da Universidade de Lisboa), envolvidas na direção da publicação já desde o ano 2012. [Até esse momento a receção de contributos para a Agália permanece fechada].” (“Nota da Redação”, Agália 114)

NOVIDADE: Desde o volume 105 a Agália recebe recensões de trabalhos científicos. Os textos críticos incluídos nesta secção não poderão exceder os 10.000 caracteres e serão avaliados e aprovados previamente polo Conselho de Redação da nossa publicação internacional.

Após 25 anos de edição continuada da mão da Associaçom Galega da Língua, a Agália inicia em 2011 uma nova etapa como Revista de Estudos na Cultura com um projeto científico e editorial, de periodicidade semestral, que foca a publicação de trabalhos de investigações enquadráveis no alargado campo dos “Estudos na Cultura”. Neste espaço multidisciplinar estão referenciadas a totalidade das Ciências Sociais e Humanas e estão contemplados âmbitos de especialização tais como os estudos linguísticos e literários, a sociologia, a antropologia, a história, a geografia, a filosofia, as artes, a ciência política, as ciências da educação, o turismo, a economia, o direito, a comunicação ou a gestão e a planificação cultural.

A Agália recebe trabalhos redigidos em (galego-)português, de preferência segundo o novo Acordo Ortográfico em vigor, e está submetida aos procedimentos e as normas de receção e avalização de trabalhos vigorantes no âmbito científico internacional (nomeadamente à dupla avaliação por pares cegos). Esta Revista de Estudos na Cultura é publicada duas vezes por ano (em junho e em dezembro) tanto em formato eletrónico como impresso, e poderá editar, para além de números gerais, volumes monográficos coordenados por investigadores convidados. Na atualidade, a revista recebeu no Brasil a máxima qualificação da CAPES (A1) na área de Letras/Linguística e de B2 na de Sociologia e está indexada nas bases de dados Dialnet e MIAR (ICDS 6.5).

Índice do volume 114 (segundo semestre de 2016)

Nota da redação

Os Paradoxos da Efemeridade Estética no Mundo Contemporâneo
Thiago Martins Prado

Os trajes dos orixás: Design, plasticidade e símbolos do Candomblé
Anderson Almeida, Arlindo Cardoso e Jefferson Santos

A vanguarda antropofágica e a produção de Criolo: uma interpretação à luz do pensamento benjaminiano
Lucas Toledo de Andrade

A leitura de Machado de Assis hoje: as resenhas sobre Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas na Skoob
Sandra M. de Almeida Silva, Rejane Pivetta de Oliveira e Raquel Bello Vázquez

Figurações do Gótico Colonial na Literatura Sertanista Brasileira
Hélder Brinate Castro

O herói passivo em Walter Scott e José de Alencar
Marcos Flamínio Peres

A invenção da homossexualidade: rupturas e continuidades
Mário Martins Neves Júnior

Concordância verbal em redações do Exame Nacional de Ensino Médio produzidas por alunos da Educação de Jovens e Adultos no Brasil
Alzira Neves Sandoval e Stefania Caetano Martins de Rezende Zandomênico

Recensões

Índices da revista Agália. Volumes 101-114 (2010-2016)
Joel R. Gômez

Ficha de avaliação 2016

A(s) política(s) linguística(s) galega(s) sob a lente da teoria crítica do reconhecimento

No presente artigo apresenta-se uma análise das metaestratégias político-linguísticas cuja implementação resulta possível e provável na Galiza, procurando compreender as suas potencialidades e limitações, sob a lente da teoria crítica do reconhecimento enunciada por Fraser (1995, 2000), em relação à realidade da situação sociolinguística galega. Para isto, realiza-se uma contextualização desta situação, primeiro, e uma análise das estratégias possíveis para uma politica linguística galega. Na última parte do artigo analisam-se as potencialidades e limitações destas estratégias de acordo com a citada teoria crítica.

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Papel do português em Timor-Leste

País de colonização portuguesa, Timor-Leste foi ocupado pela Indonésia, no período entre 1975-1999; caracterizado pela diversidade linguística e por uma sociedade multicultural, viu-se, no tempo indonésio, submetido a uma política de “destimorização” que, no aspecto linguístico, significou a minimização do uso do tétum (língua nacional), a proibição da expressão em língua portuguesa e a imposição da utilização da língua indonésia. Com a independência e a constituição da República Democrática de Timor-Leste, em maio de 2002, o português assume, ao lado da língua tétum, o estatuto de oficial. Partindo dos conceitos de lusofonia e de identidade, traçamos um percurso em que refletimos acerca da construção da identidade linguística de Timor-Leste, inserido no espaço lusófono, recorrendo a depoimentos e registros de estudiosos, políticos e populares timorenses.

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Reflexões em torno de sexo, género, língua e literatura. Questões culturais de hegemonia

As reflexões sobre a relação entre determinada sociedade, com certa visão cultural predominante, e a língua desta são já antigas. Contudo, ainda na actualidade, há questões que subsistem, como as manifestadas pela oposição entre “feminino” e “masculino” para a definição da identidade individual. Prendem-se com as perspectivas culturais que uma sociedade lança sobre o mundo, isto é, a realidade extra-linguística, implicando a distinção entre “sexo” e “género” ou a sua coincidência. Realça-se a opção preferencial da cultura ocidental da contemporaneidade pelo “género” e trata-se, aqui, de propor uma abordagem ao assunto, fundamentada numa exemplificação recente, sobretudo com base na Língua Portuguesa.

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Falar em português para falar com as pessoas. Um estudo de caso

Este artigo pretende analisar de que formas os indivíduos normativamente designados de ‘imigrantes’ se apropriam da língua do país recetor e, com ela, se tornam agentes identitariamente implicados no processo da sua integração. Através de uma abordagem contextual centrada em narrativas de vida, a presente análise centra-se na aprendizagem e uso da língua portuguesa de dois indivíduos imigrados em Coimbra cuja língua materna não é a portuguesa.

Ao longo de todo o artigo importará refletir na língua enquanto uma prática discursiva. Falar em português ultrapassa o seu caráter pragmático, ao nível comunicativo interpessoal e laboral, para assumir uma dimensão performativa de cariz ontológico e político — um exercício estratégico identitário e contra-hegemónico que visa a procura por uma visibilidade e reconhecimento social. Estes sujeitos migrantes usam a língua, precisamente a identidade legitimadora que ela veicula, para reconstruírem uma identidade social e definirem a sua individualidade.

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Sexo e linguagem. Identidades em relevo em afixos superlativos: uma análise dos afixos super-, -íssimo, -ésimo e -érrimo nas colunas de esporte e sociedade do jornal O povo online

Neste artigo, analisa-se a função indexical dos afixos superlativos super-, -íssimo, -ésimo e –érrimo. A partir de arquivos coletados das colunas de “esporte” e “alta sociedade” do jornal O povo online, que têm como público alvo, respectivamente, leitores do sexo masculino e feminino, pretende-se identificar traços de uma identidade sexual que se coloca em relevo nas formações ocasionadas por estes afixos. Discute-se também, dentro das relações entre língua, (des)igualdade e formas de hegemonia, as maneiras pelas quais tais afixos se relacionam com os estereótipos sociais, ratificando a ideologia hegemônica do consenso. Para tanto, a fundamentação teórica deste trabalho encontra lugar no arcabouço da Morfopragmática e da Sociolingüística — sobretudo através das teorias de Gonçalves (2001), Preti (1984) e Possenti (1998) —, e da Análise do Discurso — com destaque às teorias de Fairclough (2001), Orlandi (1993) e Van Dijk (2008).

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Consensos excludentes, autoritarismos informais, poderes comunicacionais

A política do consenso visa a tornar sentido comum e implícito o que é historicamente arbitrário. Uma das maneiras para o poder se legitimar é representada pola monopolização/estandarização linguistica. As línguas representam a alma das culturas; neste sentido, assistimos muitas vezes a políticas desanimadoras. Por detrás destas políticas, ditas de integração, reside uma lógica de naturalização das hierarquias. Uma crítica às retóricas públicas e às estratégias de representação social pode permitir uma reavaliação ética e política das práticas de mediação cultural.

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