Reflexões em torno de sexo, género, língua e literatura. Questões culturais de hegemonia

As reflexões sobre a relação entre determinada sociedade, com certa visão cultural predominante, e a língua desta são já antigas. Contudo, ainda na actualidade, há questões que subsistem, como as manifestadas pela oposição entre “feminino” e “masculino” para a definição da identidade individual. Prendem-se com as perspectivas culturais que uma sociedade lança sobre o mundo, isto é, a realidade extra-linguística, implicando a distinção entre “sexo” e “género” ou a sua coincidência. Realça-se a opção preferencial da cultura ocidental da contemporaneidade pelo “género” e trata-se, aqui, de propor uma abordagem ao assunto, fundamentada numa exemplificação recente, sobretudo com base na Língua Portuguesa.

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Autoria Feminina na revista portuguesa Presença, folha de Arte e Crítica (1927-1940)

 

A revista Presença, folha de Arte e Crítica (1927-1940) foi pela sua ideologia, papel de divulgação, defesa da literatura e cariz modernista, um documento particular dentro das publicações periódicas portuguesas. Neste artigo pretendemos, em primeiro lugar, aclarar a participação de mulheres nos 56 números da revista Presença, dando visibilidade a estas artistas, criadoras e escritoras e, em segundo lugar, contribuir para a valorização da sua obra no panorama Cultural e Literário Português.

Assim, examinaremos o que foi a efetiva colaboração artística destas criadoras na revista, partindo depois para a análise e comentário da obra de autoria feminina na Presença.

Procuramos pois contribuir, e pensamos que pela primeira vez, para uma aproximação de estudos de género na Presença, dando visibilidade a um grupo de mulheres que colaborou, a partir do ano de 1928, numa revista de arte e de crítica, exclusivamente dirigida por vozes masculinas, e que pela via artística e literária, em nossa opinião, contribuiu para a dignificação da condição feminina portuguesa no século XX.

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